O evento conta com atividades disponíveis para o XI Colóquio Internacional Rousseau, III Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA, V Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA e III Congresso Nacional Kant – UFMA: Discursos e Críticas, que ocorrerá de 25 a 27 de junho de 2025, no Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão.
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Diálogos com Rousseau: autores e ideias
Quando Platão no Livro VII da República escreve da necessidade de entendermos a educação como a arte de um desejo de fazer dar a volta a um órgão, o qual já existe em nós, para ver, na medida em que não estando ele na posição correta e não olhando para onde deve, cabe-nos a nós fornece-lhe aquilo que é necessário para que possa voltar a ver. Será precisamente neste desafio de voltar a ver que se encerra o jogo entre as convergências e as divergências da educação. Este será um jogo sobre o qual emerge, não poucas vezes, uma certa tensão na procura pelas evidências. A questão das evidências instala-se assim no campo educativo. Martyn Hammersley relativamente à expressão prática baseada em evidências afirma o seguinte: «(…) é um slogan cujo efeito retórico é o de desacreditar a oposição. Afinal de contas, quem teria a coragem de dizer que a prática não deve ser baseada em evidências?» (2007, p.144). Na verdade, aquilo que o autor pretende sublinhar e criticar é o princípio de que a investigação em educação só tem mérito se for sistemática, rigorosa e objetiva. Prossegue afirmando:
«Isso é utilizado para contrastar com as evidências da experiência profissional, retratadas como assistemáticas – refletindo os casos particulares com os quais um profissional entrou em contato – e carentes de rigor – pelo facto de não serem construídas de uma forma explícita e metódica, e sim por meio de um processo, pelo menos em parte, não-reflexivo de sedimentação» (2007, p.146).
Neste contexto, também Jung, em Memórias, Sonhos, Reflexões, elogia Freud por este considerar verdadeiramente os seus doentes neuróticos «(…) e envolver-se com a sua psicologia idiossincrática e individual» tendo «coragem de deixar falar a casuística e, desta forma, penetrar na psicologia individual do doente» (2019, p.175). Esta coragem de ir ao encontro da transparência de cada um de nós foi desejo forte e pulsante em Jean-Jacques Rousseau. Talvez por essa razão, quando Rousseau, no livro primeiro das Confissões, afirma «Vou empreender uma coisa sem exemplo, e cuja realização não será imitada. Quero mostrar aos meus semelhantes um homem em toda a verdade da natureza, e esse homem serei eu. Eu só» (1988, 21), aquilo que pretende é chamar a atenção dos seus leitores para o modo como ele próprio se reconhece enquanto ser humano individual que vive numa época histórica em que a vida em sociedade é essencial para se obter reconhecimento. Porém, a vida livre, em Rousseau, assume-se como um ritual interior de sabedoria das escolhas que faz. Tal ritual pertence sempre à esfera da vida privada. Talvez por essa razão, afirme com tanta certeza que aquilo que vai empreender será «uma coisa sem exemplo, e cuja realização não será imitada», pois a «obra que iniciava não podia ser executada senão no recolhimento absoluto; exigia meditações longas e calmas que o tumulto da sociedade não permite» (2007, 35). Este desejo pela transparência não se coaduna com uma educação baseada apenas nas evidências. Pelo contrário, é uma busca incessante pelo invisível, pelo não-óbvio. É aquilo a que designamos por uma educação pela e da subtileza: o “olhar”, “a entoação do dizer”, “a expressão corporal”, o “escutar pausado” versus o “escutar apressado”. Por essa razão, para Rousseau, as memórias não são só registos de acontecimentos, elas são essencialmente registos do sentir essas mesmas escolhas e consequentemente o seu viver. E por essa mesma razão, podem ser simultaneamente a glória ou a maldição de um homem. Rousseau é considerado antifilósofo por Badiou: «Chamo “antifilósofo” àquela espécie singular de filósofo que opõe o drama da sua existência às construções conceptuais; para quem a verdade existe, em absoluto, mas que deve ser encontrada, experimentada, muito mais do que pensada ou construída» (2021, p.43). Resta perguntar: e nós? Quem somos nós? Talvez… convergências e divergências de um viver.
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